Sementes Celestes
E no profundo silêncio da alma
a voz do passado fez-se viva no presente.
E despertou uma flor onde há pouco era apenas botão.
E viu-se única em meio ao todo que era um jardim.
Viu que ali havia muitas, mas todas eram únicas.
E viu apenas a si em meio a todas as outras.
E a visão se deslocou
para um voo de aves luminosas em torno da Terra.
Treze seres alados a abraçar o planeta em voo veloz.
E o olhar da alma alçou novo voo.
Agora via a imagem de grande árvore de luz
sob a forma de carvalho, mas com corpo de sol.
Eram enormes galhos que buscavam o universo,
eram profundas raízes que se ocultavam na gênese.
E as imagens se multiplicavam sem cessar.
Jazia bem no topo de alta montanha
uma presença solitária, unitária
que se fez tenro arbusto similar à grande árvore.
E, quase em transe, florou para gerar sementes.
Deixou-as ir com as correntes de vento,
desejando que fossem povoar os vales da Terra.
Talvez assim o abandonasse a dolorosa solidão.
Encantando-se com a paternidade,
querendo ser pai em meio ao abraço dos filhos,
mas parando para lembrar como ser filho também.
Renunciando, rebelde, aos filhos que tanto queria,
concluindo que o criado era filho do Incriado.
E neste sagrado momento visitou-lhe nova visão:
A explosão de uma “supernova”,
os fragmentos de luz se expandindo pelas trevas.
E a luz se declinando em dimensões, até ser água.
E nasceu novamente outra visão:
Era a queda d'água que existe no infinito,
era o batismo dos céus sobre as formas da Terra.
Era o rio caudaloso que fecunda.
Mãe Terra, com suas florestas e seus veios de água.
Mãe que desnuda os seios e oferece o ventre.
E dos céus não mais gotas de água, mas chuva de luz.
E na luz a vida, a força que fecunda as águas
que levam a vida que prolifera pela Terra.
E por tamanha visão de vida,
Vencer a todo sentimento de morte.
Não mais estando só em meio a toda a criação,
mas sentindo-se integrar aquilo que é Tudo.
Perdendo-se de si para encontrar o Todo,
E ainda assim descobrir-se vivo.
O coração do impulso criador.
A primavera da vida amada pelo senil outono.
E a paz visitando a suavidade do amor vivo.
Na mansidão, a certeza de não estar vulnerável.
E a força se transformando em insubjugável paz.
E vieram as lágrimas por sentir a Presença.
E o ínfimo encontrou com o infinito.
E o limite se encontrou com o ilimitado.
O Pai já não estava distante,
mas visitava as entranhas do seu coração.
Humilde, fertilizava a alma desgarrada.
E após tanto fugir, reencontrar a origem.
Beber da água que livra das trevas.
E todas as imagens se desfizeram.
Não mais a árvore, não mais o pássaro...
Mas apenas um homem desejando ser anjo.
E nesse pensar,
transformando o servo em filho de Deus.
E no profundo silêncio da alma
a voz do passado fez-se viva no presente.
E despertou uma flor onde há pouco era apenas botão.
E viu-se única em meio ao todo que era um jardim.
Viu que ali havia muitas, mas todas eram únicas.
E viu apenas a si em meio a todas as outras.
E a visão se deslocou
para um voo de aves luminosas em torno da Terra.
Treze seres alados a abraçar o planeta em voo veloz.
E o olhar da alma alçou novo voo.
Agora via a imagem de grande árvore de luz
sob a forma de carvalho, mas com corpo de sol.
Eram enormes galhos que buscavam o universo,
eram profundas raízes que se ocultavam na gênese.
E as imagens se multiplicavam sem cessar.
Jazia bem no topo de alta montanha
uma presença solitária, unitária
que se fez tenro arbusto similar à grande árvore.
E, quase em transe, florou para gerar sementes.
Deixou-as ir com as correntes de vento,
desejando que fossem povoar os vales da Terra.
Talvez assim o abandonasse a dolorosa solidão.
Encantando-se com a paternidade,
querendo ser pai em meio ao abraço dos filhos,
mas parando para lembrar como ser filho também.
Renunciando, rebelde, aos filhos que tanto queria,
concluindo que o criado era filho do Incriado.
E neste sagrado momento visitou-lhe nova visão:
A explosão de uma “supernova”,
os fragmentos de luz se expandindo pelas trevas.
E a luz se declinando em dimensões, até ser água.
E nasceu novamente outra visão:
Era a queda d'água que existe no infinito,
era o batismo dos céus sobre as formas da Terra.
Era o rio caudaloso que fecunda.
Mãe Terra, com suas florestas e seus veios de água.
Mãe que desnuda os seios e oferece o ventre.
E dos céus não mais gotas de água, mas chuva de luz.
E na luz a vida, a força que fecunda as águas
que levam a vida que prolifera pela Terra.
E por tamanha visão de vida,
Vencer a todo sentimento de morte.
Não mais estando só em meio a toda a criação,
mas sentindo-se integrar aquilo que é Tudo.
Perdendo-se de si para encontrar o Todo,
E ainda assim descobrir-se vivo.
O coração do impulso criador.
A primavera da vida amada pelo senil outono.
E a paz visitando a suavidade do amor vivo.
Na mansidão, a certeza de não estar vulnerável.
E a força se transformando em insubjugável paz.
E vieram as lágrimas por sentir a Presença.
E o ínfimo encontrou com o infinito.
E o limite se encontrou com o ilimitado.
O Pai já não estava distante,
mas visitava as entranhas do seu coração.
Humilde, fertilizava a alma desgarrada.
E após tanto fugir, reencontrar a origem.
Beber da água que livra das trevas.
E todas as imagens se desfizeram.
Não mais a árvore, não mais o pássaro...
Mas apenas um homem desejando ser anjo.
E nesse pensar,
transformando o servo em filho de Deus.