Dias de Chuva
O céu está encoberto.
Por entre nuvens escuras,
a luz incessante dos relâmpagos
e ribombar dos trovões.
Sensação de expectativa,
um grande silêncio,
algumas poucas gotas,
para depois desabar forte chuva.
Corpo de água,
uma imensa cortina
de gotículas de água,
musa de temperamento bravio,
a tal tempestade.
O movimento do líquido do céu
que cai lavando os corpos inertes
do relevo de concreto da cidade.
A água como que abençoa
as verdes folhas das árvores e estas,
alegres, exalam o seu aroma de felicidade.
É como se, em reconhecimento
ao banho vivificante da chuva,
respondesse com aquilo
que tinha para doar.
O toque mágico do céu,
que lava o que é inerte
e o que é vida, que deixa leve o corpo
e que suaviza a alma.
Nas janelas dos prédios
são muitos os olhares que se perdem,
dominados pela imagem pacificadora.
A música urbana se modifica,
ouve-se o chiado das rodas
a deslizar sobre a película
de água das ruas.
Os passos são agitados,
produzem um certo eco que,
por vezes, desaparece
como que engolido pelas poças.
Chuva feminil, que ora parece ser
uma canção de ninar de pressurosa mãe
a desdobrar-se em carinho e afeto,
mas também que ora parece ser
toque sensual de carícia,
murmúrio doce ao ouvido,
então é musa amante.
Chuva do Criador que poderia,
aos críticos, parecer
como que as lágrimas de choro
pela amargura da criação.
Chuva com seu movimento líquido
a lembrar o sangue que oxigena os pulmões
a partir do pulsar do coração.
Águas do céu e a lembrança
do sagrado batismo, tendo,
então, na sua visão,
a imagem de dádiva celestial,
Uma bênção purificadora
criando a possibilidade de um renascimento
a partir da pacificação sensorial,
Renovando, quem sabe,
as esperanças perdidas,
lavando com delicadeza materna
as antigas lágrimas da face.
Levando nas suas enxurradas
os vestígios das perturbadoras amarguras,
trazendo alívio pelo esquecimento,
desmobilizando velhas mágoas,
purificando os males da alma,
abrindo-a para a renúncia
e o perdão.
O céu está encoberto.
Por entre nuvens escuras,
a luz incessante dos relâmpagos
e ribombar dos trovões.
Sensação de expectativa,
um grande silêncio,
algumas poucas gotas,
para depois desabar forte chuva.
Corpo de água,
uma imensa cortina
de gotículas de água,
musa de temperamento bravio,
a tal tempestade.
O movimento do líquido do céu
que cai lavando os corpos inertes
do relevo de concreto da cidade.
A água como que abençoa
as verdes folhas das árvores e estas,
alegres, exalam o seu aroma de felicidade.
É como se, em reconhecimento
ao banho vivificante da chuva,
respondesse com aquilo
que tinha para doar.
O toque mágico do céu,
que lava o que é inerte
e o que é vida, que deixa leve o corpo
e que suaviza a alma.
Nas janelas dos prédios
são muitos os olhares que se perdem,
dominados pela imagem pacificadora.
A música urbana se modifica,
ouve-se o chiado das rodas
a deslizar sobre a película
de água das ruas.
Os passos são agitados,
produzem um certo eco que,
por vezes, desaparece
como que engolido pelas poças.
Chuva feminil, que ora parece ser
uma canção de ninar de pressurosa mãe
a desdobrar-se em carinho e afeto,
mas também que ora parece ser
toque sensual de carícia,
murmúrio doce ao ouvido,
então é musa amante.
Chuva do Criador que poderia,
aos críticos, parecer
como que as lágrimas de choro
pela amargura da criação.
Chuva com seu movimento líquido
a lembrar o sangue que oxigena os pulmões
a partir do pulsar do coração.
Águas do céu e a lembrança
do sagrado batismo, tendo,
então, na sua visão,
a imagem de dádiva celestial,
Uma bênção purificadora
criando a possibilidade de um renascimento
a partir da pacificação sensorial,
Renovando, quem sabe,
as esperanças perdidas,
lavando com delicadeza materna
as antigas lágrimas da face.
Levando nas suas enxurradas
os vestígios das perturbadoras amarguras,
trazendo alívio pelo esquecimento,
desmobilizando velhas mágoas,
purificando os males da alma,
abrindo-a para a renúncia
e o perdão.