ATEU
ATEU
O ateu na noite densa...
O clarão da lua,
Devagarzinho,
Acaba com toda com toda aquela amarga escuridão.
Devastando a treva,
Alcamando as aves,
Transformando as árvores,
Os rios,
Os lagos,
As serras,
O imenso mar,
Em verdadeiros monumentos de prata viva,
Onde o mais emperdenido dos homens,
Vê-se diante de uma grandeza estranha
Pela formação de tão bela paisagem.
Pensa,
Medita...
Tira as suas conclusões:
“Tal quadro”.
Obriga ao ser inteligente
A esquecer o seu mais absoluto ateísmo.
...Em alguns minutos,
Vacila,
Treme de medo ao ver até onde foi sua ignorância.
E a sós,
Compreende a existência de seu ex-inimigo...
... Pela maravilha da natureza.
Percebe que está bem ao lado de Deus.
Brasília, 14 de abril de 1966.