A cor de uma lágrima
Sou a cor da lágrima do negro que chora todos os preconceitos e rejeições, transparente e quente a lágrima do menino que chora de fome, nas ruelas da vida, em sinaleiras, também estou lá, sou a lágrima que rola da face sem eira e nem beira.
Em corpos caídos pelas guerras vencidos, sou a lágrima que derrama a mãe que chora a morte do ente querido, na face do adolescente sou a lágrima de emoção do primeiro amor.
A cor de uma lágrima multicolorida, de nações e etnias diferentes, se faz presente em cada coração que pulsa, e sente todos os anseios e angustias.
Sou a cor da lágrima de traição que destruiu uma nação, estava na fila do Holocausto, Auschwitz em 1940, em corpos desnudos enfileirados para sua sentença de morte, de frente a frente com a face do horror.
Sou a lágrima do prisioneiro, na sua solidão obscura, onde sua mente é sua própria sentença.
Na lágrima de tristeza, onde vidas são perdidas por alguns trocados, o valor da vida em algumas mentes dementes perdeu o sentido.
Que os povos experimente o gosto de uma lágrima de paz e amor diante de tantos exemplos que destruíram nações.
Escrito
01.08.2005
Por Águida Hettwer