Queria o alvorecer.
Manhãs frias, dias outonais,
noites de todos dias,
gelo, banhos d'água fria,
invernos glaciais.
Músculos enrijecidos,
pele murcha, olho triste.
Pessoas brigando, dedos em riste.
Seres entristecidos.
Anoitecer do dia que não nasceu.
Escuridão, ocaso sem nascente, seres abrigados,
bochechas azuis, lábios rachados,
se aquecendo. A alvorada feneceu.
Onde está o pôr-do-sol
do maravilhoso dia de verão?
Primeiro este dia tem que alvorecer. Ou não?
Para que eu possa abandonar, finalmente, o lençol.
Jan Câmara