ANO NOVO
NO MUDAR DO ANO
Alquebrado, indeciso, cabisbaixo,
Aí vais, de passo lento, extenuado,
A caminho, quiçá, dum outro mundo,
Vencido, abjecto, indesejado.
Assim diria o menos avisado,
Pelas guerras e fome que deixou,
Esquecendo que nada é destinado.
O Homem é que a desgraça inventou.
Outro, outro e mais outro virão,
Para o bem e o mal da Humanidade,
Mas todos conseguindo dar a mão
Nova Luz vencerá a ambiguidade.
Comecemos nesta noite meus amigos,
Amando-nos e aos outros a preceito.
Façamos do Novo digno anfíbio,
Na terra e no mar, bom e refeito,
Desassombrando p’ra além do martírio,
Fazendo a Paz, a que temos direito.