ANTES TODOS OS HOMENS FOSSEM POETAS
Antes todos os homens fossem poetas;
assim transformariam o Vietnã num campo de amor,
e essas setas que trazem sangues e dores
nuns lábios sorrindo ou num beijo de amor franco e puro,
sem malícia, sem dor.
Ah, se o mundo inteiro fosse bem pequeno,
onde se encontrassem todos os povos!
E se os homens fossem poetas para,
através do amor, o idioma mais falado,
exprimir seus pensamentos
e se amarem, todos, num só momento!
Ah, se os homens fossem poetas para
compreender o carinho de mãos brancas
procurando mãos negras
e eles, sorrindo, jogarem rosas sobre elas!
Mas, na verdade, elas saem manchadas de sangue.
Elas mesmas se revoltam e começam a apertar-se mutuamente
e morrem sufocadas pelo ódio.
Os homens são consumidos pelo seu próprio rancor;
é por suas próprias fraquezas que sofrem.
Eles tentam acabar com os espinhos, amando as rosas.
E acabam sendo mortos pelos próprios.
E neste turbilhão de sangue e dor,
vêem-se, no chão, a mão branca
e a mão negra ajudando e salvando
uma à outra no Vietnã.
Esta poesia recebeu menção honrosa da The International Academy
of Letters of England. Heliana Mara Soares.
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