MINHAS MÃOS

Pensei em falar de flores, de amores, de jardins secretos e de lugares que ainda não fui. Decidi falar das mãos, companheiras estas, que se alongam em mim.

Mãos que insistem em construir castelos na areia, brincando de ser criança e as ondas vêm e a tudo desmancha. Risos, não há problema...cavo novamente e deixo cair dos meus dedos, água e areia, construindo novo castelo. Ah, este será mais belo !

Mãos que acariciam o rosto do amado, e ele encolhe, sentindo que lhe acolho de amor.

Mãos...tantas lágrimas enxugaram em mim, quantas vezes trêmulas e solitárias, abraçaram o travesseiro na madrugada.

Mãos são instrumentos...para todo tipo de arte, para abençoar, para servir, para andar juntos, para semear sorrisos, ternura, bondade e Fé.

Mãos acariciam o corpo e tocam a alma. Mãos perfumam com gestos simples.

Creio mais na fidelidade das mãos que colhem flores, do que naquelas que presenteiam diamantes.

Creio mais nas mãos que oferecem um abraço, do que naquelas que te tocam sem dizer nada.

Mãos..sempre elas...estendidas para o bem. Desejosas de serem construtivas, ainda que por fragilidade humana, pequem por serem elas mesmas.

Mãos singelas...que envelhecem a cada dia, mas que sempre serão, as minhas eternas mãos companheiras.

Kátia Storch Moutinho

08/02/2005