HÁ GUERRA NO DESERTO…
As guerras sempre me impressionaram…Faço colecção episódica de revistas e miniaturas Castrenses, fui à tropa, tive um bom desempenho nela, e só não assinei contrato pois na época as minhas habilitações académicas impediam-me de ser Sargento e muito menos oficial, condição que sempre coloquei para os militares serem o meu patrão…
Mas…confesso…detesto guerras pois detesto o sofrimento humano, e não há nenhuma guerra em que não se sofra, e por isso detesto guerras, sem ser um pacifista (que não sou…) sou um homem de paz e é pela paz que irei sempre lutar civicamente.
Esta última guerra de 2008 têm-me vindo a impressionar pela sua violência, porque ambas as partes possuem um pouco de razão, perdida imediatamente quando na televisão vemos as imagens das vítimas sangrentas dos dois os lados…
Que haja paz, pois somos todos seres da mesma espécie, pois somos todos irmãos, e nem a política, nem a economia, nem a religião são motivos para a guerra, a menos que esteja em causa a sobrevivência da própria espécie como foi o caso da única guerra que considero legítima, a guerra contra o monstro Nazi…
HÁ GUERRA NO DESERTO…
Tão longe de nós
E ao mesmo tempo
Demasiado perto…
Há guerra no deserto…
E os aviões que amo
E os foguetões que venero
Servem para parte de nós exterminar
E não
Como foram concebidos originalmente
Para o céu
O espaço
Explorar…
Há guerra no deserto…
E eu não vejo um motivo sólido
Uma consciente razão
A não ser uma insana vontade de gastar
A infinita munição
Que está nos paióis da nação
E nas mentes de quem pensa
Ter que dar uma lição
A quem atirou a primeira pedra
Esquecendo-se que a seguir à resposta
Virá mais uma
E mais uma
Numa interminável chuva de mísseis
Para perpetuar o mito
De infinitos
E de inquebrantáveis guerreiros
Mas pelas crianças mortas no colo das suas mães
Pelas escolas e cidades destruídas…
Peço desculpa
Mas nesse tipo de conflito
Eu já não acredito…
Há guerra no deserto…