Versa o universo
Sentido perdido e bandido
De quem se sabe ao vento
Voa ao léu o seu estampido
Solto no rabisco ao relento
No grito abafado e sofrido
Sem direção, só de ouvido...
Cego tateia os seus espaços
Tenta o vazio ser preenchido.
Resgata-se dos cansaços
E estufa o peito inquieto
Do guerreiro insatisfeito
Sente muito ódio e amor
Disfarçados em trejeitos
Não teme, nem treme horror
Na prisão se sufoca de dor
Liberto, se torna conquistador
Vai de sábio esperto a louco
Intrépido no verso lapidador.
Rasga tudo... Aos poucos
As suas máscaras e sonhos
Rompe intermináveis silêncios
Solfeja num copo de cerveja
Sua vida dá vários compêndios
Com gosto de fel e de cereja
Fluído suave de raros momentos
Postando ali os seus sentimentos
Ébrio tresloucado débil e insano
Nas paixões, amores, sofrimentos...
Resulta: Morte e vida... Soberanas
Depois adormece abraçado ao vento
Hildebrando Menezes