Versa o universo

Sentido perdido e bandido

De quem se sabe ao vento

Voa ao léu o seu estampido

Solto no rabisco ao relento

No grito abafado e sofrido

Sem direção, só de ouvido...

Cego tateia os seus espaços

Tenta o vazio ser preenchido.

Resgata-se dos cansaços

E estufa o peito inquieto

Do guerreiro insatisfeito

Sente muito ódio e amor

Disfarçados em trejeitos

Não teme, nem treme horror

Na prisão se sufoca de dor

Liberto, se torna conquistador

Vai de sábio esperto a louco

Intrépido no verso lapidador.

Rasga tudo... Aos poucos

As suas máscaras e sonhos

Rompe intermináveis silêncios

Solfeja num copo de cerveja

Sua vida dá vários compêndios

Com gosto de fel e de cereja

Fluído suave de raros momentos

Postando ali os seus sentimentos

Ébrio tresloucado débil e insano

Nas paixões, amores, sofrimentos...

Resulta: Morte e vida... Soberanas

Depois adormece abraçado ao vento

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 28/12/2008
Reeditado em 27/11/2012
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