PLANOS DE PAZ
PLANOS DE PAZ
Juliana S. Valis
Entrelaço as contínuas linhas da vontade
E, com saudade, peço planos de uma paz
Que seja profunda, na alma e na verdade,
Como um tecido humano, limpo e tão voraz
Que o coração faça do amor a tempestade
Na emoção e na razão que o tempo traz !
E no espaço que nos escreve em tantos dias,
Nessa breve vida que temos pra valer,
Não adianta perder-se em lágrimas vazias;
Tampouco é útil fingir que não quer ver
O amor profundo, além das noites frias,
Além da dor, do egoísmo e do prazer...
Pois, bem ou mal, somos apenas humanos numa estrada
Tão incerta quanto a alegria dos verões
E tão vulnerável quanto a tristeza que nos brada
Quando nos perdemos em solitárias emoções !
Mas, enquanto fazemos nossos planos de paz,
Parece que o pranto se dilui em vontade
De evoluir, de sonhar, de crescer, e jamais
Entregar-se ao delírio do sofrimento que invade
A mente e a vida; mas existe um vento que traz
A esperança de um ano que seja melhor de verdade ?
Muito depende do que nós somos, de fato,
E do que fazemos ou faremos nessa batalha da vida;
Embora o mundo seja cruel, rude, insensato,
Também somos responsáveis pela realidade entendida
Como um desafio social, entre o céu e o asfalto,
Como um plano de paz que procura, humanamente, a saída.
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poema registrado por Juliana Silva Valis