Ainda que nada seja como eu quis sonhar
e se despedacem minhas asas em pleno vôo,
mesmo que as rochas me impeçam o trajeto
e eu quebre os sentimentos em sua couraça

Não, não me deixarei jamais vencer pela dor
nem esquecerei que as mágoas são degraus
pelos quais subimos até o infinito, mesmo em pranto,
pois sei que a brisa haverá de secar as lágrimas

No alto, batendo as suaves asas da imaginação,
sigo em devaneio singrando o espaço sem rumo
até que o cansaço me leve ao repouso, enfim,
e eu deite a cabeça sobre as fofas e brancas nuvens

Meu olhar às vezes se torna ríspido e circunspecto,
bem reconheço esse leve traço de petulância,
mas meu coração é bobo e doce como o das crianças
e minh'alma é recanto e ninho de ternos sentimentos

Por isso essas asas que só minha imaginação vê
são formas mágicas e poéticas de ser da vida arauto,
de transformar o infinito em breve e casto momento,
de enxergar na fascinação de viver a ternura, o amor

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 18/12/2008
Código do texto: T1342290
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.