Ergo a minha voz!
Na suavidade desta música,
nos devaneios do fim de tarde,
a paz reside, a luz invade
minha alma extasiada!
Estranho estar em paz
neste mundo febril e alucinado!
Parece até pecado
caminhar sereno
em meio à vã agitação
da multidão enceguecida!
Mas mesmo assim
ergo a minha voz
nesta canção solitária...
nesta hora tão sombria
em que o encanto da poesia
já não faz mais sentido!
Cresceu o joio, cresceu o trigo
e não há mais o que se ocultar!
Os profetas já se calaram,
aguardam o despertar...
E assim sem alarde
transcrevo a paz que me invade
neste fim de tarde em meditação...
neste fim de era em convulsão...
neste planeta desolado
embora destinado
a celebrar a paz!!!