Cavando o Infinito

Com candeia do sonho, desce sem susto

explorando tantos pélagos indecifráveis,

siga serenando as lamúrias implacáveis,

que soluçam na alma doída longo grito!

Continua cavando o infinito profundo,

vá peregrino, transformar-se no mundo

aberto sem nunca desviar-se dos anseios

que se esparramam em infinitos floreios!

No entanto, erga sua lâmpada do sonho,

quando encarar algum atalho tristonho,

siga seu guia de luz até chegar ao porto,

pois só a candeia acesa oferece conforto!

Anjos celestes inflam suas asas de vela,

tão cavadoras do eterno florescimento,

florescendo novo o íntimo pensamento,

para fecundar um roseiral que se revela!

Cave no abismo, deflore o infinito etéreo,

se tem lágrimas, segue adiante soluçando,

pois verá imerso nas neblinas do mistério,

deslumbrante o canteiro flóreo juncando!

Santos-SP-16/03/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 16/03/2006
Código do texto: T123809