Quietude
Quietude
Como se fôra ultima taça,
Degustar o tempo que resta,
Sorver a vida sem pressa,
Como o mais raro vinho da festa.
Olhar quem te abraça,
como se estivesses a bordo
de imensa nau que se afasta
do porto,e num acordo
com o tempo que passa,
contemplar um pouco
da vida os vagalhões
que te arrastam.
Para onde?
Não importa.
Importa deixar-se levar
ao capricho do mar...
Cultivar a calma, o riso, a prece,
como quem joga âncora,
esperança que não fenece,
Paz de quem sabe,
que a vida , não cabe
apenas no porto..
Mas,no porto é preciso
Olhar calmamente,
enamoradamente,
a violeta, o pássaro,a terra,
Contemplar a vida sem pressa,
nela mergulhar
como em fluido espaço
manso riacho,
de musicais odores,
rios de cores..
E na terra como no mar,
Ouvir o canto de Deus ,expresso
nos olhos de cada ser, amor confesso,
amor assumido,
mar infinito,
ternura imensa que eu fito
enamorada de Deus.
E nessa ternura me lanço,
sem medo avanço
e faço silenciar
os sentidos meus.
Pois,
È preciso
Ser escuta, silêncio
porque no compasso
da vida que flui e converge,
Deus nos envolve,
e a paz nos devolve.
terezinha souza . teca