A CHUVA
No azul celeste, nuvens suspensas,
Leves, vaporosas e imensas,
De contôrno impreciso, fugaz ...
E outras, nebulosas e tensas
Pairam no deserto das crenças
Da imensidão sem Sol e sem paz.
A vidraça é a face do tempo
E como é suave o afago do vento
Que à natureza consola ...
Quero sentir esse afago lento,
Esse carinho de fugaz momento,
Quando a tempestade assola.
Unido-me à chuva, também choro eu,
Toda a desventura que o mundo nos deu,
Enquanto ela cai e eu vivo.
Um relâmpago risca o céu
E a poeira do chão ergue o véu,
Cobrindo-nos o chôro convulsivo !...