Cheiro de mato!
Ao parar de vez de fumar
Volto a sentir e cheirar...
O perfume a me inebriar
Penso mil passeios ao luar
Até tiro a vara para ‘pescar’
Ali à beira do rio, fogueira acesa
Toalha sobre a relva como mesa...
À espera das carruagens de esperanças
Com o coração em festa feito criança
Sentado embriagado num canto da lua
Coçando as nádegas e a bunda na boa
Olhando para os bichinhos que brincam
Fazendo amor puro com a natureza
Meu Deus! Obrigado por esta beleza
Nem desconfiava dos seus encantos
E tudo percebido ao apagar o cigarro
Bem diz o meu médico entre pigarros
Larga! Desse vício e seus malefícios...
Mas eu não ligava e ainda mais fumava
É tão saboroso e gostoso o doce tabaco...
Mesmo deixando de dar o meu ‘trago’
Ainda sinto saudade dele aqui comigo
Também... Não nego e confesso...
Que agora posso ver as pedras no riacho
Os passarinhos pulando nos galhos
O viadinho com o cavalo selvagem
E a cobra rastejando entre eles
A água cristalina escorrendo na fonte
O lobo feroz uivando ali bem contente
É só emoção dormindo no colo da paixão
Onde o cordeiro nem sabe qual a sua pele...
Agora eu vejo mesmo! O tesão fazer amor
Os raios do sol escorrendo entre as árvores
Irradiando e fluindo no céu os seus feixes
Nas águas: mares, lagos, rios... Os peixes!
E toda a plantação sorri... Como em êxtase.
Hildebrando Menezes