A força do silêncio...

Palavras são desnecessárias

Frente à eloqüência relicária

Do silêncio e suas freqüências

Ao olhar a plasticidade do belo

Não há nada que o descreva

A não ser o que está embutido

Na luminosidade do olhar...

Bem lá... Das suas profundezas

Onde nascem os sentimentos...

Frações inenarráveis de momentos

Emoções vividas e inexplicáveis

Que povoam a mente em segundos

O que dizer da alegria materna

Ao ver o seu ‘rebento’ nascer

Contemplar o seu primeiro sorriso

Ou o simples balbuciar ‘mamãe’?

É necessário um discurso ao lúdico?

A plenitude do que é o mais puro...

Cambalear esclarecedor dos passos

Iniciar da vida na régua e compasso

E a sucção do bebê no peito?

Do leite a escorrer pelos lábios

Matando a fome e a sede...

Há o que se dizer diante?

Ao se contemplar uma obra de arte...

Um gesto de ternura na cumplicidade

O que narrar sobre a generosidade...

Ou a quem cultua o amor e a caridade

Quem professa e vive a simplicidade

Não adianta o poeta jorrar palavras

O silêncio vem, grita e fala mais alto

Este é o seu adorável poder misterioso

Só nos resta calar prostrados e obedecer!

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 30/08/2008
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