DESPERTAR
Abro ao olhos ainda na escuridão.
Lentamente raios
Verdes-amarelos-brancos-azuis
Se agrupam na minha janela.
O manto púrpura do dia
Expulsa a negritude da antemanhã
E a Aurora abre os braços
Para me receber.
Sinto-lhe o calor
E o pulsar da vida,
Ouço cantos coloridos.
Arautos da liberdade
Desfilam no espaço ainda opaco.
Milhões de pingos de prata
Saúdam Sua Majestade
Para depois se esconderem
Como crianças peraltas.
Um cão ladra, um ônibus passa,
Anjos de carne e osso brincam
No pó da terra.
Um cheiro no ar, um vento,
Um véu escuro ofusca a presença do Rei.
Os súditos cumprem seu papel
Súditos que vivem na Terra,
Súditos que brilham no Céu!
(José C. Ligeski/2005)