Sensação de vida eterna

O que buscas? O que queres encontrar?

Um amor? Sublime ou feroz, íngreme ou abismal?

Um amor com suave odor de vida eterna?

Supões suas pegadas estejam em sensações?

Efêmeras, prazeirosas e estonteantes...

Essas são apenas um fio frágil de fundação da eternidade,

Uma âncora, um tropeço, uma pedra, um peso.

Para sempre e eternamente.

Escuta, vou tratar de expressar o inexprimível:

Essa serpente ou doce flor ou intocável invisibilidade é

como um sopro, um calor, uma chama intemperada.

E que invade sem aviso e permanece como impressa,

Assim sem pressa, bailante, indivisível a

Aquecer, pacífica, mansa, as brandas fibras do coração.

Mas ali fica suave e doce, inamovível e permanente.

Para sempre e eternamente.

E ainda assim nada evoca de espetáculos ou magia.

Antes campeiam limitações da dura lida do dia a dia.

Pequenas coisas, as mais banais, têm um sentido especial.

Assim humilde, calada e triste, algumas vezes espectral.

E sempre alerta e vigilante a explodir alegria ou dor;

Exuberante, estonteante, supreendida de tanto amor.

Adiante, ante efemêras desesperanças, resiste, valente.

Para sempre e eternamente.