VOVÔ ZEZINHO

Uma certa vez, de tempos difíceis,
Onde recursos quase não havia,
Tinha um homem,
Que pelos seus filhos, tudo fazia!

Na força entregue em sua lida,
Para ver todos alegres e brincando;
Mesmo se precisasse doar a própria vida,
Com dificuldades esteve sempre lutando.

Um dia, cego quase ficou,
Seus olhos claros avermelharam;
Mas a força de sua fé,
Então, lhe curou!

De peito aberto, uma nova batalha travou,
Dos onze filhos que eram vivos,
Um casal de gêmeos,
A covarde lei do homem lhe tirou!

Esses tempos não eram mesmo fáceis;
Só havia pra se comer, batata.
Para dormir, uma palha rala.
Um despejo era o que mais atormentava!

Com a coragem em punho e a fibra como bandeira,
Deixou a grande fazenda São José,
Pra ver se encontrava outra maneira,
De tirar toda família daquele barraco de sapé!

Lá, no distante ano de mil novecentos e setenta e três,
A pacata Moji Mirim testemunhou,
Zezinho, ao descer da jardineira,
Ao meio fio, seu destino então tombou!

Naquele momento, o céu se abriu,
Um anjo emplumado então desceu.
Envolveu-o num abraço,
E levou para morar com Deus!

Seus filhos foram acolhidos em outra cidade;
Cada um seguiu a sua direção.
Já se passaram muitos anos,
Ele ainda continua em cada coração!

Essa é a história do meu avô materno,
Que infelizmente eu não conheci!
Mas tenho-o como um mito,
E sua coragem que procuro sempre seguir! 

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Hoje, faz 35 anos que ele se foi; deixo aqui minha homenagem para que lá de onde estiver, possa me 
iluminar e me guiar na minha humilde poesia!

Luciano Becalete
Enviado por Luciano Becalete em 05/05/2008
Código do texto: T976536
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