Marina
Na Terra, rainhas e princesas são inúmeras
Mas todas pararam para observar,
Ela surgia, pura como o sol e formosa como luas
E todos, sem exceção a invejavam no andar
Ela, intacta, enigmática, foi passando
Todos os olhos fartavam-se em seu caminhar
E ela continuava, a mais doce criatura, reinando
Quão harmoniosa é, como o doce vinho era seu falar
Gotas de orvalho caíam em sua púrpura cabeleira
E escorriam levemente em seu rosto, lavado em leite
Até, finalmente, chegarem poucas, finas como areia
Em seus lábios escarlates, os seus olhos eram meu deleite
Sua visão é linda, ornamentada por círculos brancos
Alvos, são como pombos, planando, com suas asas abertas
Vai junto o meu coração para o meio dos campos
Em meio deles, ela é lírio entre os espinhos descobertos
Sua pele é perfumada como o doce mel silvestre
Nem incenso, nem mirra se comparam a sua doçura
Ela passou suave como o vinho da videira campestre
Até, que num instante, sumiu no horizonte e junto sua ternura.