Aos Poetas.

Disse o poeta: “Toda poesia tem dor”

Quem sou eu, para contrariar a regra?

Quem sou eu para negar o óbvio... que todo poeta é, na fonte, triste?

Inegável dogma, verdade absoluta.

A tristeza é início, é labareda que deflagra poesias...

É combustível, para produção de alimento D’alma

Este são as cinzas que restam, é lenitivo...

Lhe compensam, cada lágrima rolada.

Carrega, o poeta, o fardo dos que amam e, à estes, o amor é presente...

A obsessão de compreendê-lo, a loucura de moldá-lo

A necessidade, insaciável, de tê-lo, a ousadia de dissecá-lo...

Insanidade, de julgar ser possível.

A clareza, de morrer tentando

Sim, o poeta é triste...

E agradecido, por possuir tal tristeza.

Essa visão singular faz deles únicos, mesmo que específicos...

Arautos da dor, escravos do amor.

Poetas...

Poetas... Ahhh os poetas...

Que suas palavras não parem de brotar.

Que sua magia não cesse, que suas mentes não se aquietem...

Que suas existências se propaguem, além da eternidade.

Vida longa aos poetas.

L>K