Encantarias (para ti)

Teus olhos felizes,

inebriados, riscaram o céu

da tarde em Montevideo.

Nessa cidade azul e prata,

buscavam por tudo

aquilo que havia.

Sorte em tê-los também.

Não sabiam do novo mundo,

nem do fundo desejo meu.

Toda aquela antiguidade,

construções em muita idade,

eram encantarias para ti.

Vi-te ao meu lado,

deslumbrante, deslumbrado!

Desse lugar que não lhe era,

tudo parece querer brincar.

Dos monumentos, o mármore vivo

declamava versos em espanhol.

Águas sopradas por anjos

nas fontes erguiam,

musicando o insípido.

Vi teu passo abrir

como o vento abria em teu rosto

e outro gosto em teus rumores.

Enquanto o dia se alongava,

o tempo passava ensolarado

até as mais altas horas.

Espanto para ti.

(que és das terras da garoa)

Espanto para nós!

Na noite de brio tranquilo,

a lua que não cheia,

dizia as suas minguas

que entre outros, comovia.

Mas estávamos aluados

e não lunáticos!

Havia também naquela orla,

um rio-mar que açucarava as pedras,

as praias e principalmente, as pessoas!

A gentileza era notória.

Seguia a ver-te mais solto

no flerte com a língua esquisita

(rica, muy rica!).

Seguia a conhecer-te a alegria,

transbordada no olhar

e agora, mais rente à boca.

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Nota: Momentos inesquecíveis numa terra maravilhosa chamada Uruguai. Montevideo é uma poesia de amor!

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 24/04/2008
Código do texto: T959356
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