MÃOS QUE ME ACARICIAM

(ao meu amado pai)

Quando a noite vem, vens também.

Vens em forma de luz.

Eu, embaixo da cruz...

Da cruz onde tem pregado um Jesus.

Penso.

Penso em ti.

Tu que partiu me abraçando. Me falando... me olhando...

Quando a noite vem, na hora mais calma.

Me chegas.

Não me assusta em nada.

Pode ser madrugada.

A hora mais calada.

Tuas mãos nodosas me chegam.

Me tocam a face suavemente.

Eu fico contente.

Sei que me visitaste, meu pai.

Sei que uma hora chegas.

Noutra hora vais.

Mas haverá sempre mais.

Tuas mãos me acariciam...

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 30/03/2008
Reeditado em 26/04/2011
Código do texto: T923325
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