ERMO MAR
O mar que só ao longe
Se via uma beleza misteriosa
Que da roda enlameada e ociosa
O ondular era como o peixe que foge
Mar que num instante
Me pareceu talvez um lago
Mas, que na verdade era algo
Que nessa noite em meus olhos ia avante
Mar que descia das suas profundezas
E do alto nem os azuis dos céus se viam
Pois, nas areias ainda frescas de chuvas
Os transeuntes apressados se despediam
Mar que tão calmo e fingido
Ainda tinha nas suas sombras
Alguém que para as beldades senhoras
Cantava com um encanto tímido…
Notado em 10 de Março de 2008 na Praia Morena, em Benguela.