Índia Clareza
Índia se banha
Seu corpo, sua natureza,
União do belo corriqueiro,
Forma perfeita de ser presente.
Troca carícias em água corrente,
Canta súplicas do amor carente,
Chama Tupã, Chama Nagé,
Deita cabelos em seios café.
Índia perfeita,
Deseja colheita,
Tece olhar em relance, espreita.
O riacho conversa,
Amor natural,
De forma integral.
O medo apenas,
Da oca vazia,
Da noite sozinha,
Dos beijos não dados.
O corpo sedento,
A mente inquieta,
A pele arrepia...
A pureza mais limpa,
A clareza mais simples,
A beleza mais certa.
Índia se veste,
Ou não,
Veste a índia
Índia se olha,
Ou não,
Olha o poeta.
Que procura o mais belo,
O mais perfeito momento,
De clamar sua poesia.