AO MEU ANJO PORNOGRÁFICO...

Há anjos...

Que flanam em minha mente versando a hermafrodita,

Aos quais amo e doo, aquém bendigo o poema dito

Há anjos que incitam o poetar lubrico,como bendito Baco!

A seduzir-me o íntimo, incitando uivos ao sorver o rubo.

Há os que povoam meus sonhos, em gemidos desatinados

Desalinhando alcova metafísica, em lençóis estrelados...

Amando-me, em camas lunares e terráqueas, ofertando-me alôs

Sorvidos de prazeres embriagados, servidos em taças de nácar...

Há anjos, simplesmente achegados que como cupidos no hálito do vento, adentram a janela do cerne, voejam jardinam e sabido do senso, ara o solo de imperfeitos amores, e a os que Infernizam dizendo como vai, e somem... Há esses anjos, sem nome sem cor, os insanos comensais do juízo...

Ah anjos, que me trazem encanto nas trovas, aromas fulgurados para lúdicas poesias Anjos disfarçados, arcanjos diversos musculosos que até dizem poemas! Ah anjos, que se vestem másculos, ao fazer-me alada nas asas desconhecidas dos aforismos...

Como Nelson Rodrigues, inspirando os versos de minha escrita;

nada impoluta! Exacerbam com suas frases o dissertar sem hipocrisia

Trazendo-me libido, resvalando prazer maledicente. Poeta menina estiolados matizes de anfetamínicos sêmens, cantados ao falo por um dia.

E sem perder a doçura e o romantismo, instigam enlevos aos que sentem nas entre linhas dos promíscuos falos, nos falos de amor entre as portas abertas de tempos outros! “As pudicas” meretrizes, ah... Perdoem-me as incrédulas, que não se conhecem, continuem olhando pelo buraco da fechadura...

Ah anjos que volitam, alamedas aclamadas por momentos em nossas vidas. Propondo-nos algumas horas instigantes, e em presença de uma falsa moral, deixa-se ir o anjo... E lá se vai no alento da brisa, menos uma cavalgada amoral! Ah meu anjo pornográfico, sois meu gosto! Viva em gozos a perseguida!!!!

Deth Haak

" A Poetisa dos Ventos"

21/12/2005

21/12/1980 data do falecimento, Nelson Rodrigues

"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico."

Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 22/12/2005
Reeditado em 23/08/2012
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