De homem para mulher.
Leio os textos
De vocês mulheres.
Por eles, as suas almas sinto.
Não tenho útero.
Por isso, não percebo a vida como vocês.
Não seja por isso, sinto a vida nessa forma masculina de sentir: exógena.
Diferente, mas também sensível
E muitas vezes sofrida,
De choro contido que dói no peito,
E que nos enfarta aos montes.
Leio vocês
E suas mensagens vibrantes
Que vêm de dentro
Do ser materno
Tão acostumado às reviravoltas interiores,
Com ou sem dores, remexendo em suas entranhas.
Não sei como se dá,
Mas sei que não é fácil entender.
Leio cada poetrix, cada poema, cada um dos seus textos.
Em cada um deles, um sentimento, de dentro...
Por vezes um grito, que sinto.
Escrevem vocês
Dessa forma o que sentem
Porque mais do que a nós
Lhes foi dado sentir por dentro.
Mas, homens também sentem.
Um sentimento exógeno,
porque não temos útero.
Às vezes, as coisas nos passam desapercebidas.
Não é porque queremos.
Não temos o dom...e vocês o têm.
Nos desculpem.
Somos menores?
Talvez piores?
Não creio.
Somos o que nos faz diferentes
E porque diferentes nos completemos.
Leio com atenção o que vocês escrevem.
Assim, percebendo melhor as diferenças
Seremos cada vez mais
Um o complemento do outro.
Não é fácil para nós.
Não fazemos por mal.
Nos desculpem.
jose antonio CALLEGARI