Mãos e Mãe
“Mãos e mãe”
Primeiro afago que recebi cominutivo
Foram com suas tão firmes e retas, mãos
Cafuné noturno
De suas canções de ninar
Conversas de conselhos,
Carinhos sem lições
Pães quentes na manhã da vida
Fui criança crescida no amor
Moço bonito e confirmo, tão querido
Que outras mães me queriam para o que for
Hoje vejo seus dedos tortuosos e frágeis
E ajunto aos meus com força
Toco-lhe devagar e minhas palmas aproximo
Numa prece que nunca fiz
Lavo minhas mãos
E no rosto novamente elas se colam
Choro convulso
Sei que você se vai
Mas o cheiro, ah, Custódia...
Esse, nunca sai.
JB Alencastro