NÃO SE ILUDAM, POETAS...

Não se iludam, poetas,

Com meu mavioso canto,

Só faço florescer letras

Para aliviar meu pranto

Desiludam-se, poetas,

A minha força é quimera

Inventada nas valetas

Duma ilusão tão mera!

Não se enganem, poetas,

Os sonhos que roubo à Vida

São volantes violetas,

Só voos em tentativa...

Desenganem-se, poetas,

A força que me sentis

É estertor de borboleta

Em atoleiros hostis.

Mas...

Eu agradeço, poetas,

O vosso toque de Midas.

Fazem de férreas grilhetas

Áureas asas feridas...

(Dedicado a todos os poetas que gostam de me ler, principalmente a um Tostão que achei, e me tornou mais rica...)