A CASA DE ARACÍ (Virginópolis-M.G.)
Paulinho Manacá
Não se pode descrever
O que se vê por ali.
Da varanda,
A mata virgem
De onde chegam em bandos,
Os mais inesperados convidados.
No canto, um fogão à lenha.
E à mesa, um canto choroso
Que pinga gotas de aguardente.
Viva! A cerca viva.
Que não me canso de admirar.
Parece que a natureza fez um pacto,
E num toque mágico,
Decorou e coloriu
Com sua paleta de cores infinitas
A Hortência, a Rosa, o Bouganvile.
A roda d’água,
O coração da fazenda,
Cercada de copos-de-leite
Bombeia água pra todos os cantos.
Um encanto!
E pacientemente a artesã,
Num trabalho minucioso
Borda a orla da casa.
Teias no telhado!
E tudo fica perfeito.
Eu não me lembro
De todos os nomes.
Bromélias, Lírios,
Alfazemas, Azaléias,
Alecrim, Rosas...
De todas as cores.
Pinheiro do Paraná,
Palco dos cantores,
Das borboletas monarcas,
Bem-te-vis, Canários, e Beija-Flores.
É muito difícil,
Descrever com detalhes
O que o meu coração sentiu.
Mas, é possível,
Um dia, quando passares por lá,
Onde reside a harmonia,
Poderás sentir,
Que tudo isso vive ali
Cercado e protegido
Pelo sorriso de Araci!