MÃE

No farol da vida, tua luz primeiro,

Guia o meu passo, abrigo verdadeiro.

Teu amor, rio que não sabe secar,

No meu peito ecoa, sem nunca findar.

Tuas mãos, esculturas dos meus dias,

Tecendo afagos, colhendo magias.

No colo dos versos que canto baixinho,

Guardas segredos de um doce carinho.

Teu cabelo, prata que o tempo teceu,

Trás marcas de contos que não esqueceu .

Nas rugas brotadas, sementes plantadas,

Florescem lembranças, sempre regadas.

Na mesa da vida, teu pão repartido,

Ensina a doar o amor não medido.

Tua voz, bússola de meus caminhos,

Brilho do sol, repleto peito de carinhos.

Mãe, arquipélago de calmaria,

Raiz e asa, poesia que eu via.

Neste verso simples, quero dizer:

És inteira e eu metade de ti queria ser.