Relicário de Versos
Tenho um cofre escondido no tempo,
onde guardo palavras douradas.
São versos que brilham ao vento,
pérolas raras, nunca tocadas.
Cada estrofe, um fio de prata,
cada rima- rubi incandescente.
Quem lê, sem querer, se arrebata,
como quem acha ouro em nascente.
Há diamantes de riso e saudade,
esmeraldas de puro segredo.
Quem ousa espiar de verdade
descobre que as pedras têm medo.
Pois são frágeis, são quase suspiros,
feito estrelas na beira de um lago.
Se tocares, desfazem-se em giros,
como um sonho fugindo do afago.
Mas se olhas com olhos abertos,
se carregas na alma a poesia,
serás dono dos versos secretos,
dessa arca de pura magia.
No silêncio da vida- quando
A noite sussurra em ninho
O relicário se abre, convida...
O poema a te fazer carinho.