Tenho a ti como amigo

E pego em tuas mãos para seguir em frente.

Creio em ti plenamente não somente por seres meu amigo

Creio em ti por seres exatamente o que tu és.

 

Queria sim, meu amigo, ser como tu.

Poder vestir-me em vestes simples

E sorrir para esta vida vermelha.

 

Tu colhes o que de melhor a terra te cede

E concedes parte do que tens a quem precisa.

 

Quero a ti meu amigo,

Como o homem que viveu como nunca foi vivido.

Como o abraço mais comprido que meus braços podem criar.

 

Sim, meu amigo,

Deixarei nossos nomes naquela árvore velha

Escritos com uma flexa sangrada no tronco.

 

Jamais saberei meu amigo

Se foste o único que conheci,

Mas carregarei a sentença de nunca te esquecer

E estarei contente com este não castigo.

 

Tu serás sempre que regou minhas noites secas,

Que me acalentou quando versos perdidos não foram notados,

Que nada o que me diziam me fazia crer ser verdadeiro.

 

Nunca sentiste qualquer culpa por erros que cometemos

Ou te livraste de carregar nas costas o peso de minha vida.

 

Amigo, neste universo de espíritos consoantes

Somos apenas os inconstantes sons de uma natureza barulhenta

Que chega a arder em nossos ouvidos.

 

Quem me dera um encontrar-te não às páginas de um livro,

Mas nas estrelas em que habitas.

Gritas em meu peito, amigo,

Nesta saudade infinita do pós-vida!

 

Para meu falecido pai,

 

Mário Sérgio de Souza Andrade.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 24/01/2025
Código do texto: T8248564
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.