Enquanto Sou Novo

Eu sou novo na vida, você já viveu demais,

Eu me permito sentir, você evita sinais.

Sou o coração aberto, o peito que se expõe,

Enquanto você, maduro, guarda o que lhe compõe.

Eu vejo desejo no seu olhar contido,

E na sua fuga, um medo escondido.

Sou o erro que você tenta evitar,

Mas também o acerto que te faz respirar.

Você pensa muito, mas finge que não,

Evita o peso da mente, ignora a razão.

Enquanto eu mergulho no que o peito sente,

Você caminha no raso, cauteloso e ausente.

Eu prometi não pensar no que nos separa,

Mas as dúvidas queimam como chama rara.

Será que sou sua vergonha, um segredo guardado?

Ou o orgulho que um dia será revelado?

Eu ainda não fui ferido o suficiente,

Ainda corro atrás do que o coração sente.

E mesmo sabendo que posso me machucar,

Prefiro o risco a nunca tentar.

Se eu cair, que seja por você,

Que seja por tudo o que ainda não sei dizer.

E quando a dor vier, eu vou lembrar,

De você, do seu olhar, do seu jeito de evitar.

Porque de todas as quedas que a vida me deu,

Talvez a que me leve a você seja a que mais valeu.

E enquanto eu for jovem e cheio de amor,

Vou viver, mesmo que isso te cause temor.

Deixe-me ser novo enquanto você é cautela,

Eu sou a tempestade, você, a janela.

E se um dia, enfim, você se permitir,

Eu estarei aqui, disposto a sentir.

Mamoro Yanagiya
Enviado por Mamoro Yanagiya em 16/01/2025
Código do texto: T8242632
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