UMA CANÇÃO AFRO-BRASILEIRA
O canto ecoa pelos vales, vilas e vielas
ladeiras, penhascos e favelas
montes, montanhas e fazendas
A voz forte e vibrante
de quem tem Iansã e Xangô
como guardiões de cabeça
A tez negrazulada
Vem de Ouro Preto à Costa do Marfim
que clama a clemente herança africana
Na geral de Minas
Som de tambores em uníssono de MIlton-Zé-Jobim
chamam o auxílio luxuoso das almas cambinas
Venha, príncipe ébano
colher e recolher o grosso sal da Terra
circunvagando a caatinga e os canaviais afora
E sobretudo, retire do cerne de toda a riqueza lírica
A sabedoria empírica
de uma canção de guerra.
FELIPE REY