Feliz ano novo
“Para este Ano Novo, não farei promessas.
Não criarei metas inatingíveis, nem colocarei sobre mim o peso de conquistas ou a ilusão de ser imutável com o tempo.
Recuso-me a sucumbir à pressão de ser sempre mais, de render mais, de agradar mais.
Em vez disso, serei gentil comigo mesmo.
Serei paciente com meus medos, acolhendo-os com ternura, sem lutar contra eles.
Transformarei cada angústia em um espaço de cuidado, cada saudade em uma memória preciosa.
Permitirei que minhas vulnerabilidades brilhem como joias raras.
Darei a mim mesmo o presente do tempo.
Tempo para as minhas tristezas, para as minhas dúvidas, para os dias de silêncio e riso.
Escutarei meu corpo com mais atenção e descansarei sem culpa.
Respeitarei meus limites e celebrarei minhas conquistas, pequenas ou grandes.
Vou me orgulhar de quem sou: sobrevivente, único, cheio de intuições e rebeldias.
Dramática, teimoso, mas com um coração que pulsa com autenticidade. Vou dançar mesmo que tropece, contar histórias que ninguém pediu, e me recuperar das quedas no meu próprio ritmo.
Cuidarei de minhas feridas com delicadeza e terei coragem de pedir ajuda.
Serei alcateia quando necessário e defensor dos meus espaços sagrados contra qualquer predador.
Aprenderei a enxergar beleza nas minhas sombras e aceitação na minha alta sensibilidade, sem me dobrar aos moldes do mundo.
Vou parar para absorver os instantes efêmeros da vida: as asas das borboletas, o calor de um beijo, o silêncio entre as palavras.
Deixarei poemas brotarem no vazio e abandonarei a busca por aquilo que nunca me encontra.
Não me culparei.
Presentear-me-ei com tudo que me faz bem e acolherei cada parte de mim — até as mais imperfeitas.
Serei livre, meu, inteiro.
Bem-vindo, 2025. Bem-vindo.
Vida.
Que a paz seja o maior presente.”