ROSTO DE ATARGATIS

È nos braços da loucura,

Que definitivamente vejo-me hipnotizado,

Por tuas madeixas tão impactantes,

Quanto teus olhos são capazes de domar-me.

A deslumbrante Costa Esmeralda,

Disponho-me de um regresso antigo,

Quando nas águas cristalinas,

Vislumbro-te, nadando em demasia.

Envolta de lendas mitológicas,

Avanças em contraste das ondas,

No qual banha-te o corpo imutável,

Onde a mostra, está teu descanso.

Sim, sussurras cantos melodiosos,

E ponho-me a querer, pois adentrar o mar,

Para poder gritar teu nome santo,

Visto que meu ser, também se lança,

Nas profundezas da sinfônica voz.

Então, penso-te Evelyn, que,

Os rompantes meus são porventura,

As alucinações da noite serena,

Apreciando-te o sorriso, ó princesa que não tenho!

Tuas barbatanas mexendo com doçura,

Dando-me a ligeira impressão cansada,

De que deparo-me com a sereia Atargatis,

Que da longínqua Síria vem visitar-me.

Tu, Deusa que faz-me falar,

Mesmo no meu silêncio, e inerte:

Alma mortal, que da verdade se banha,

De um coração do mistério, de que avisto,

Preservando-me ao estar em parte, contigo,

Segurando sem juízo, a pena de um trovador.

Inatingível, deixas-me por conta própria,

Sendo que nem Ulisses, eu sou. Nem marinheiro confesso,

Contento, senti-la no pélago, ou em devaneios, com teu rosto, desperto.

Poema n.3.120/ n.91 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 11/12/2024
Código do texto: T8216918
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.