ROSTO DE ATARGATIS
È nos braços da loucura,
Que definitivamente vejo-me hipnotizado,
Por tuas madeixas tão impactantes,
Quanto teus olhos são capazes de domar-me.
A deslumbrante Costa Esmeralda,
Disponho-me de um regresso antigo,
Quando nas águas cristalinas,
Vislumbro-te, nadando em demasia.
Envolta de lendas mitológicas,
Avanças em contraste das ondas,
No qual banha-te o corpo imutável,
Onde a mostra, está teu descanso.
Sim, sussurras cantos melodiosos,
E ponho-me a querer, pois adentrar o mar,
Para poder gritar teu nome santo,
Visto que meu ser, também se lança,
Nas profundezas da sinfônica voz.
Então, penso-te Evelyn, que,
Os rompantes meus são porventura,
As alucinações da noite serena,
Apreciando-te o sorriso, ó princesa que não tenho!
Tuas barbatanas mexendo com doçura,
Dando-me a ligeira impressão cansada,
De que deparo-me com a sereia Atargatis,
Que da longínqua Síria vem visitar-me.
Tu, Deusa que faz-me falar,
Mesmo no meu silêncio, e inerte:
Alma mortal, que da verdade se banha,
De um coração do mistério, de que avisto,
Preservando-me ao estar em parte, contigo,
Segurando sem juízo, a pena de um trovador.
Inatingível, deixas-me por conta própria,
Sendo que nem Ulisses, eu sou. Nem marinheiro confesso,
Contento, senti-la no pélago, ou em devaneios, com teu rosto, desperto.
Poema n.3.120/ n.91 de 2024.