Com uma máquina singer

Com uma máquina singer

A mais antiga de pedal

E depois a mais moderna

Com motor elétrico (insisti comprasse

Para descansar mais seus pés)

Fazia o barulhinho bom de se ouvir

De linha na agulha e no tecido

Agilidade nos pés e nas mãos

E inventava modelos de roupas belas.

A gente sentia como a vida

Nossa estivesse tecida bem costurada

Garantida para a Fortuna

E a moira tecedeira

Boas graças a todos amava.

Se não estava pregando botões

Com sua máquina manivela

Tava lá bordando, pintando tecidos,

Criando coisas bonitas no artesanato.

Oxente, pintava porcelanas e panos,

Tecia tapetes e decorações de tela de fios

Para pôr nas paredes com desenhos

De aves bonitas – papagaios, tucanos.

Fazer crochê e tricô era sempre à noite

Assistindo as novelas

Ou depois algum programa de auditório

Com a apresentadora alegre e convidados

Com muitos cantores e cantoras

De música romântica ou de samba

E forró, baião, bolero.

E os bolos, e os doces?

Os doces de leite em pedaços

Ou em forma de ambrosias.

E os bolos de todos os tipos

De laranja, de coco

De leite e de limão

Sem contar os bolos santistas.

Eram deliciosos os cremes

Os pudins, os pavês

E as iguarias aprendia

Nos cursos de culinária.

Adoçava a vida de todos com seu olhar

E suas palavras de alento.

Fazia tudo isso cantarolando maviosamente

Com sua voz belíssima embalando nossas vidas

Como fazia à noite para

Dormirmos, depois de havermos

Pedido a bênção de toda a família

E a todos os pedidos

Ela respondia com um Deus te abençoe

E antes chegasse num terço do clã

Já estávamos dormindo abençoados por

Toda a tribo Vieira, Moreira, Santos.

Carinho no olhar para todos, família, amigos e irmãos da igreja

Aconselhava e acalmava dando esperanças divinas a quem

Se queixava de alguma coisa com ela.

Conselheira especial e líder feminina da casa de Deus.

Tudo isso com a presença de um trecho

Belo da Bíblia ou de um hino do Cantor Cristão.

É verdade, pois sim,

Estou com saudade de D. Elizabete Vieira, minha mãe.

Saudades de seu colo quente

Colocava a cabeça de cada filho

Mesmo marmanjos grandes

E nos quedávamos nas mãos carinhosas

Pensando ainda sermos crianças

Eram momentos de extrema felicidade.

Rodison Roberto Santos

São Paulo, 03 de janeiro de 2024.

Rodison Roberto Santos
Enviado por Rodison Roberto Santos em 22/11/2024
Código do texto: T8202508
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