Naza, teu pedido é uma ordem!
“ Porque Narciso acha feio o que não é espelho”
Para começo, o plágio se faz necessário.
Raul Seixas,
Poeta de pesadelos e apelos.
Fez na música, o que Dali fez nas telas,
Brilhante, vestidos em cores radiantes,
Um gênio, as vezes obscuro e sombrio,
Horas, claro com a luz da manhã...
Olhos, que enxergava o mundo em preto e branco,
E quando queria, jogava tinta nas letras escritas.
Lançando no mundo um caleidoscópio de cores,
A quem quisesse, tivesse vista para olhar a vida.
Nós brindava com mensagens, enigmáticas, proféticas,
Irreverente nosso querido poeta!
Contradiz o amor romântico,
Soltando em versos,
Que na vida não se é feliz,
Se tendo amado uma vez....
Mistura perfeita, ousadia e maestria.
E quem ousou demitir-lhe a letra,
Se a vida prática, a essa verdade é sujeita?
Metamorfose ambulante preferia ser,
Do que aceitar idéias pré concebidas,
Que prendiam sua mente,
A deixar de querer, pesquisar, conhecer.
Preferia se arriscar no escuro da criação,
Joga nos ventos sua emoção,
Palavras dúbias, profundas... confusas,
Quem quiser decifrar sua lira de pan
Se perde nas melódicas notas que cria e recria,
Nas rimas, cantigas, sofismas e intrigas.
Mago de muitas nuanças e instantes.
Instigada polêmica, ganhava a cena e revidava rindo,
Discordância no que cantava com o que fazia.
Quem resolver rotular sua arte,
Envereda por labirintos de desconexo sentidos,
Fica perdido, em meio as vertentes,
De sua alma mutante, volúvel e amante...
No peito, o anarquismo imperava absoluto.
Alias, sempre resoluto,
No argüir, inibir, intrigar.
Astuto, artístico, místico.
Mente brilhante, apaixonada,
Caminhava nas estrelas, nu e de chapéu!
Sem se importava se feria os prepotentes,
Monte de gente que se acha “decente”.
Sociedade alienada, decadente...
Pensava e cantava!
Músico, que incorporava o instrumento.
E fazia do corpo seu palco... palhaço!
A nós, só cabe o lamento,
Se foi o anarquista de talento,
Que na sua desordem, consegui por em ordem,
Uma sociedade alternativa... ativa!
Com suas músicas irreverentes,
Conseguiu unir num coral uníssono,
Gerações tão distantes, cantando o mesmo refrão...
Prisioneiras de uma mesma emoção.
Raul, Rauzito para os íntimos,
Deixou sua marcada na história
E em nossa memória!
Seus sonhos, pesadelos, anseios, vitórias,
Pois que sua música,
É retórica conhecida,
Pelos brasis dessa vida!
Minha querida Naza, não sei se consegui o que pediste, mais receba com carinho o esforço da sua amiga baiana que muito te quer bem.
Feliz Natal!
Beijos,
Observadora