EM MEUS BRAÇOS:A LEVEZA DO ADEUS
Em meus braços, tua vida se esvaiu,
como brisa leve que se despede da tarde.
Ali, senti a fragilidade do existir,
o toque da partida que nunca se anuncia,
um momento inesperado,
em que a alma se despede
e o corpo repousa em paz silenciosa.
Minha mãe, tu que vieste de terras distantes,
descendente de Espanha, de sangue vibrante,
carregavas no peito o calor de Santo André
e trouxeste tua luz à Bahia,
onde plantaste raízes
que floresceram em nós, teus filhos.
Tua autenticidade era como um farol,
guiando-nos nos dias nublados,
teu sorriso, um porto seguro
onde os netos buscavam o aconchego,
onde os filhos encontravam a paz.
Agora, há um vazio que não se preenche,
uma saudade que lateja em cada lembrança.
Tua voz ainda ecoa nas paredes da casa,
teus gestos ainda vivem nas nossas memórias.
Mas o toque, o abraço, a presença
se foram com o último suspiro
que partiu de ti em meus braços.
Ah, mãe, como sinto tua falta...
É uma ausência que o tempo não desfaz,
um vazio que a vida não preenche.
Tu foste como o vento que passa,
deixando apenas o perfume da tua essência
nas flores que brotaram em nós.
Agora, a casa é um pouco mais silenciosa,
os dias mais longos, as noites mais frias.
Mas o amor que plantaste em nossos corações
ainda floresce, como um jardim que nunca morre.
Pois, mesmo na partida, tua luz não se apaga,
e tua memória nos aquece
como o sol que nunca deixa de brilhar.
Hoje, mãe, carrego em mim a certeza
de que a vida é breve, um instante que foge,
mas o amor que deixaste, esse sim,
permanece eterno,
como estrelas que brilham na noite,
mesmo quando o dia já se despediu.