O CALOR E A MAGIA DO SAGRADO BOTECO

No boteco simples, eu me aninho,

Cachoeira de cachaça a fluir,

Sem palácio, só um lar de carinho,

Amigos ao lado, prontos a sorrir.

Sonhar com o mundo em cada gole, um riso,

A vida é doce, e na tristeza, improviso.

Histórias contadas, a memória se esvai,

Sermos grandes, mesmo em nossa fragilidade,

Abafando mágoas, erguendo um brinde a tais,

Na ilusão de copos, falando a verdade.

Choramos, rimos, e levantando a taça,

No fundo do copo, a fé se entrelaça.

Fugindo da vida, do peso da dor,

Das almas viventes que nos cercam,

Volto cambaleando, mas cheio de amor,

Dormindo no chão, onde os sonhos se apagam.

Falar alto, sem medo da confusão,

A liberdade reflete na vibrante canção.

E se uma mulher, de todos, nos abraçar,

Como a garrafa, sempre à disposição,

Nos brinda ao prazer, ao simples amar,

Tira gosto que sacia a nossa paixão.

Na mesa do sonho, o mundo é bonito,

E a cachaça é a musa do nosso infinito.

Assim, em cada brinde, a vida renasce,

O tempo é um amigo que nunca se cansa,

Entre risos e versos, a tristeza em disfarce,

E o boteco é o templo da nossa esperança.

Sonhando acordados, em noites serenas,

A cachaça é a fonte da nossa amena.

Quando o dia amanhece, o sol desponta,

Caminhamos juntos, com olhos de criança,

O palácio é vago, a riqueza é afronta,

No simples e pequeno, a alma balança.

Entre amigos e risos, a vida é um canto,

E o boteco, um lar onde eu sempre me planto.

Assim, deixo as mágoas, um brinde à alegria,

Na roda da vida, todos são iguais,

A cachaça, o amor, a doce melodia,

E o sonho eterno de viver em paz.

Entre copos e risos, a vida se enlaça,

E no boteco, meu coração sempre abraça.