poesia nutriz
O velho Mario Quintana:
Sorriso largo à vida que passa
E que ele assiste do banco da praça,
Apoiando-se em sua bengala.
Poeta da vida, nobre gaúcho!
Poema é o mar em suas ondas!
Olhem! Deem loas ao nosso poeta,
Em sua eterna imensidão de esteta!
Celebre-se a sabedoria que muito ama
E que tem muito da chama — esperança,
Adquirida nas andanças da existência,
Reverberada nos sabores da vivência!
Ó, Quintana do sapato florido, das canções
Do aprendiz de feiticeiro, cor do invisível,
Do velório sem defunto, vaca e hipogrifo,
Dos esconderijos do tempo no pé de pilão!
Meu caro Mario, bem de repente,
Tu debruças a manhã no peitoril,
Abrindo janelas em cada poema:
De poesia, qual seio nascente, nutriz.
Um voo de andorinha, advertência!
Liberdade e alegria nas coisas do tempo.
O poeta, a se embalar, faz-se contentamento,
Na cadeira de balanço, dá asas aos seus pensamentos.
VI lugar no II concurso internacional de poesias - Prêmio Mario Quintana (2024) -- Editora Mandacaru