Lamento Sertanejo

Lamento Sertanejo.

 No Sertão, o sol castiga

Racha o chão e seca o rio

O gado pra não morrer de fome

Bebe a lama do martírio.

A terra que um dia foi verde

Hoje é só poeira e dor

A roça já secou no horizonte

O vento levou o labor.

Sertanejo de pé descalço

Roga a Deus com devoção

Que a chuva venha depressa

Pra salvar o pouco que restou.

A fome ronda a casa, o feijão já se foi

Farinha, quando tem é festa

E só dá pra um ou dois.

O Sertão pode ser duro

Mas essa gente não se entrega

Entre farinha e lama do rio

Segue a vida sonhando

Na esperança, um verde-chão.

 

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 19/10/2024
Reeditado em 20/10/2024
Código do texto: T8177193
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.