Lamento Sertanejo
Lamento Sertanejo.
No Sertão, o sol castiga
Racha o chão e seca o rio
O gado pra não morrer de fome
Bebe a lama do martírio.
A terra que um dia foi verde
Hoje é só poeira e dor
A roça já secou no horizonte
O vento levou o labor.
Sertanejo de pé descalço
Roga a Deus com devoção
Que a chuva venha depressa
Pra salvar o pouco que restou.
A fome ronda a casa, o feijão já se foi
Farinha, quando tem é festa
E só dá pra um ou dois.
O Sertão pode ser duro
Mas essa gente não se entrega
Entre farinha e lama do rio
Segue a vida sonhando
Na esperança, um verde-chão.