AGNI KALI
Imagem refletida no espelho,
Invoca a mulher deslumbrante que és,
Transmitindo a intensidade dos olhos e,
A veracidade nas palavras dos teus lábios.
Todas as musas divinizadas,
Do Panteão grego em uma só!
Luz que clareia a humanidade,
Contemplação do ápice do sol.
Substância imutável,
Com capacidade de moldar,
Quando realmente for necessário,
Observando o cosmo e o eclipse lunar.
Anda pela trilha do autoconhecimento,
Vem para ensinar como eles se revelam.
Deixa os seus pássaros voarem,
Para além dos seus próprios limites,
E nisso, tudo que seu nome dá,
É tangível a mente que deseja se reinventar.
Agni é o fogo, que no Hinduísmo,
Vem a ser um “deva”, segundo a narrativa védica,
Enquanto Kali significa “força no tempo”,
Assim, teu rosto acorda-me das sombras que vejo.
Teus cabelos são enigmas,
Dos quais a natureza quer tocar,
Por que tudo o que é existente em ti,
Faz-me, deveras, vir a repousar.
Sensorialmente, suas práticas se conectam,
Transbordando-me de energias dos quais,
Eu senti, mesmo nunca as terem vivenciado,
Mas, pelas vias poéticas, pude entender,
E no aqui e agora, é nesta obra que me vi.
Como podes ser tão terna,
Em sua beleza que aflora como as flores,
Que num jardim exala seus fluídos e,
Interage com a minha inquieta alma?!
Só o coração para responder essa pergunta,
Como fonte de água cristalina a brotar,
De uma majestosa e expressiva nascente.
Poema n.3.105/ n.76 de 2024.
POEMA PARA A MUSA AGNI KALI