A Luiz Souza

Por que, ó vida, em risos te enfeitavas,

Se tua face em sombras eu via?

Não era o pranto que em mim pesava,

Mas a gargalhada que em mim fluía.

Das ruas, ecos de riso me chamavam,

No vento, o violão já ressoava.

Era meu tio, que as cordas dedilhava,

Com um dedo duro, mas a alma branda.

"Quero não, é o brinca!" — dizia risonho,

Enquanto o nariz, como a Rena, brilhava.

Rubor no rosto, o espírito bisonho,

Era um show de risadas onde passava.

Fazia da sorte o mais leve tropeço,

E da busca pela alegria, o intento.

Quem pode negar que seu bom endereço

Era onde o riso bailava no vento?

Se era a vida um jogo incerto,

Seu sorriso a vencia de frente.

E mesmo que o dedo fosse duro e esperto,

O riso fluía, leve e contente.

E assim ele seguia, sem peso ou vaidade,

Em sua jornada, sem nunca hesitar.

Com um grito ao ar, em pura verdade:

"Me persegue felicidade!"

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 26/09/2024
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