A Luiz Souza
Por que, ó vida, em risos te enfeitavas,
Se tua face em sombras eu via?
Não era o pranto que em mim pesava,
Mas a gargalhada que em mim fluía.
Das ruas, ecos de riso me chamavam,
No vento, o violão já ressoava.
Era meu tio, que as cordas dedilhava,
Com um dedo duro, mas a alma branda.
"Quero não, é o brinca!" — dizia risonho,
Enquanto o nariz, como a Rena, brilhava.
Rubor no rosto, o espírito bisonho,
Era um show de risadas onde passava.
Fazia da sorte o mais leve tropeço,
E da busca pela alegria, o intento.
Quem pode negar que seu bom endereço
Era onde o riso bailava no vento?
Se era a vida um jogo incerto,
Seu sorriso a vencia de frente.
E mesmo que o dedo fosse duro e esperto,
O riso fluía, leve e contente.
E assim ele seguia, sem peso ou vaidade,
Em sua jornada, sem nunca hesitar.
Com um grito ao ar, em pura verdade:
"Me persegue felicidade!"