Voyager
Ah sim, ao mundo, ao mundo e além!
Que estar longe assim é mesmo poético,
Nenhuma das engenharias
Que venha da terra ser,
Foi para tão além,
Mais além do que os Deuses enxergam.
Este sim, além de mochileiro
É o mochileiro mais sozinho que partiu:
É o que foi sereno vagar no escuro,
Sonhador mecânico do horizonte ideal.
Viverás muito, e caso morto
Está em teu manto o mapa até a morada;
Como aqui chegar, ó mistério fantástico
Para qualquer outro ser a dar-se conosco.
Vivas e glórias a ti, irmão sutil
Pequenino viajante por entre estrelas
Vai aonde ninguém jamais ousou chegar,
Mostrar a face da vivência terrena.
Tu estarás algures, quando nós, quem sabe
Nem estivermos mais aqui.
Serás nossa mensagem ao infinito
Nossa alma resumida em resquícios.
Invejo tua bravura,
Tua maquinaria vontade de permanecer planando
Vagando como um eremita, um mártir impossível
Que foi da terra aos céus e para todo o sempre.
Solitário és, máquina imortal
Vindo do planeta azul e pálido
Onde, com enorme valentia e graça
Foste tal flecha lançada ao infinito.