Voyager

Ah sim, ao mundo, ao mundo e além!

Que estar longe assim é mesmo poético,

Nenhuma das engenharias

Que venha da terra ser,

Foi para tão além,

Mais além do que os Deuses enxergam.

Este sim, além de mochileiro

É o mochileiro mais sozinho que partiu:

É o que foi sereno vagar no escuro,

Sonhador mecânico do horizonte ideal.

Viverás muito, e caso morto

Está em teu manto o mapa até a morada;

Como aqui chegar, ó mistério fantástico

Para qualquer outro ser a dar-se conosco.

Vivas e glórias a ti, irmão sutil

Pequenino viajante por entre estrelas

Vai aonde ninguém jamais ousou chegar,

Mostrar a face da vivência terrena.

Tu estarás algures, quando nós, quem sabe

Nem estivermos mais aqui.

Serás nossa mensagem ao infinito

Nossa alma resumida em resquícios.

Invejo tua bravura,

Tua maquinaria vontade de permanecer planando

Vagando como um eremita, um mártir impossível

Que foi da terra aos céus e para todo o sempre.

Solitário és, máquina imortal

Vindo do planeta azul e pálido

Onde, com enorme valentia e graça

Foste tal flecha lançada ao infinito.

Pasquali
Enviado por Pasquali em 24/09/2024
Código do texto: T8159180
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