O olhar que vê
Há olhos que guardam segredos imensos,
Como as cores de Van Gogh, que dançam no céu,
Cada traço em suas telas é um grito suspenso,
Um olhar que reflete o que o mundo não deu.
Capitu, com seus olhos de ressaca e mar,
Carrega nas águas mistérios profundos,
São janelas abertas que podem quebrar
O silêncio que ronda os corações vagabundos.
Há quem olhe e veja o que não pode ser dito,
Como estrelas que brilham em noites de espanto,
E há quem se perca no olhar infinito,
Buscando nas cores um gesto, um encanto.
Olhares constroem o que as mãos não alcançam,
São pincéis invisíveis que moldam o existir,
Entre telas e vidas, entre o real e o mito,
No olhar de quem sente, o mundo há de se abrir.