Casa de Vó
Veio ver o varal que balançava
Na brisa leve o lençol se pendurava
Passos ligeiros de quem tem muito o que fazer
Olhar atento de quem não tem tempo pra lazer.
Enquanto trabalha assovia melodia
Cantigas de roda povoam sua cantoria
Arrisca passos, só de graça, pra surpreender
A criança no banco sentada a fazer o dever.
No seu quintal, a brisa leve continua
Por todo lado plantas e flores cobrem a terra nua
O balanço na árvore que dá frutas ao seu tempo
Todo um trabalho realizado a muito contento.
Terreiro varrido, sulcos de terra lhe produzem desenhos
Crianças em ti correm, brincam e imaginam belos desejos
Que esses dias nunca se percam esquecidos
Tal qual grãos de areia que são descartados e do quintal varridos.